Sim, sumi. Mas hoje venho contar o porque. Vou falar sem rodeios e depois explico o motivo.
Precisei voltar pro Brasil. Pois é, deixei Santiago - que eu tanto amo - pra voltar pra São Paulo. Para muitos pode ser um retrocesso, mas no meu caso é mais "um passo pra trás pra dar dois pra frente depois" sabe?
Não sei se já contei aqui alguma vez, eu sou publicitária. Quando me mudei pro Chile, em 2013, eu estava meio de saco cheio da profissão e meio decepcionada, porque nunca consegui trabalhar como redatora (que era minha ideia inicial quando resolvi estudar Publicidade). Meio desiludida, resolvi que vivendo em Santiago, tentaria de tudo um pouco. Vendedora de loja, garçonete em bar, recepcionista de hostel.
Mas claro, depois de 2 anos sendo recepcionista, trabalhando de fim de semana, com pouco tempo de descanso, ganhando pouco, aguentando hóspede chato que grita com você, fui cansando. E né? Não tem muito futuro ser recepcionista de um hostel... Durante todo o ano passado minha vontade de voltar pra profissão aumentou. Tentei, tentei mas só consegui mesmo no final de 2015.
Comecei numa agência minúscula (eram eu e mais duas pessoas) em Novembro. Por motivos que não cabem contar aqui, fui mandada embora depois de um mês e meio, quando já estava aqui no Brasil de férias.
Nem preciso falar o quão decepcionada e desanimada eu fiquei, né? Mas resolvi curtir as férias e pensar o que ia fazer depois do ano novo. De qualquer maneira, decidi que voltaria pra Santiago normalmente, trabalharia no que aparecesse, mas me daria um prazo: se em 6 meses eu não conseguisse voltar pra área, pegava minhas coisas, o Viejo (meu cachorro) e voltaria pro Brasil.
Mas sabe aquelas reviravoltas que acontecem uma vez a cada 10 anos? Dois dias antes da minha viagem de volta, me ofereceram um emprego na agência onde meu pai trabalha (ele também é publicitário) como planejamento e um salário maior do que eu ganhava lá em Santiago. Mas mais do que isso, uma oportunidade profissional em meio a uma crise social e econômica, que eu simplesmente não poderia recusar.
Aceitei, afinal tenho 29 anos e não quero chegar aos 30 sendo recepcionista ou garçonete. Nada contra, mas eu quero mais que isso. Quero crescer profissionalmente, ganhar dinheiro e experiência pra depois dar a cara a bater lá em Santiago de novo. E se pra isso eu precise voltar pra São Paulo, então vamo que vamo.
Demorei pra contar essa história aqui no blog, porque pra mim ainda é difícil aceitar que deixei uma cidade que eu amo tanto. Estou aqui já faz quase dois meses, mas sinto que ainda não me adaptei 100%.
Não sei o que farei com o blog, não quero simplesmente largá-lo. Ainda tenho algumas ideias de posts relacionados a minha vida em Santiago e a volta a São Paulo. E claro, tenho planos de voltar pro Chile, por enquanto como turista, pra conhecer lugares que não tive a oportunidade de ir quando morava lá.
Veremos o que o destino me reserva...
De qualquer maneira, não deixem de acompanhar o blog e se tiverem alguma dúvida, pergunta, consulta, me escrevam: fuimorarnochile@gmail.com
Peço desculpas aos que me enviaram e-mails nesse meio tempo e só respondi hoje. Ficarei mais atenta ao e-mail.
Chile, tenho certeza que nos veremos muito em breve...
