Estou super atrasada com os posts sobre a saga da minha mae em Santiago, mas é porque os dias com ela tem sido super corridos. Temos feito muitas coisas por aqui, que eu obviamente vou contar com detalhes aqui, mas hoje quero dar uma pausa na sequencia dos posts sobre sua visita, porque ontem 21/06 fez dois anos que eu cheguei aqui no Chile.
Na verdade, oficialmente eu me mudei no final de agosto, mas conto o dia 21/06/2013 porque foi quando cheguei pra comecar a estudar espanhol, antes mesmo de decidir que ia mesmo ficar por aqui.
Nao sei muito bem o que escrever a respeito, porque já contei por cima como foi toda a decisao da mudanca e voltar a essa história seria automaticamente ter que tocar no nome do meu ex namorado, e na verdade nao quero isso. Porque por mais que eu tenha decidido ficar pra poder estar mais perto dele, no fundo mesmo decidi me mudar pro Chile por mim mesma. Porque estava procurando outras coisas que Sao Paulo já nao me oferecia mais. Porque queria me sentir desafiada.
Claro que eu sabia que ia sofrer com o lance da saudade. Mas eu já tinha tido uma ¨amostra grátis¨ quando namorei a distancia. Desde que eu conheci o Carlos, eu me deparei com aquela horrível situacao em que nao podia ter tudo. Ou seja, ficar em Sao Paulo ao lado da minha família significava abrir mao da companhia dele, que era uma pessoa que eu amava muito. E vir pra perto dele, claro, significou distanciar-me dos meus pais, do meu irmao, da minha família. Mas como minha mae sempre me disse, toda escolha tem um onus e um bonus.
Além da distancia, nao é fácil também viver num país que nao é seu. Com costumes e cultura diferentes do que voce costumava ter. Mas o ser humano é adaptável, e eu me adaptei a vida em Santiago. Me adaptei a trabalhar numa coisa que nao é o que eu estudei, me adaptei ao idioma, ao frio, ao calor, ao tempo seco. Na real, acho que quem nasceu e viveu em Sao Paulo pode se adaptar e morar em qualquer parte do mundo, porque né?
Foram dois anos de muitas descobertas, novos amigos, novos hábitos, novas baladas, novos bares, comidas e bebidas, um outro idioma, outros programas de TV, alegrias, dificuldades, risadas, decisoes erradas e acertadas, decepcoes, atitudes impulsivas e muito, MUITO choro. Mas olhando pra trás, eu NUNCA me arrependi de ter ficado aqui. Cada dia que passa gosto mais de viver em Santiago, de morar sozinha, ter minhas coisas, meu apartamento, minha independencia. Saber que meus pais me apoiam e me ajudam, também deixa tudo mais fácil. Portanto, se voce pensa em morar fora, tenha a certeza de que vai ter sempre um porto seguro pra quando precisar. Porque isso ajuda e muito.
Tenho um cachorro que eu amo de paixao, tenho amigos maravilhosos, como nao ser feliz? Sou muito agradecida a todas as pessoas que me acolheram e me acolhem. Isso faz tudo ficar mais leve
Nao sei se vou passar o resto da minha vida em Santiago, provavelmente nao. Mas sinto que ainda nao vivi tudo o que tenho pra viver no Chile. Portanto fico aqui até a hora que me der na telha de conhecer outras coisas. Porque o legal da vida é isso: ela nao é estável. Está sempre em movimento.
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