sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Uma pequena reflexão sobre escolhas, ganhos e perdas

Dando mais uma pausa nos posts sobre minhas mini férias em Santiago pra divagar sobre algumas coisas que eu venho pensando desde a semana passada.

Esses dias estava conversando pelo Messenger com uma amiga minha do Sul que mora há um tempo na Austrália. Ela veio ao Brasil visitar a família, e no momento da nossa conversa estava esperando para embarcar em um vôo até São Paulo, de São Paulo a Santiago e finalmente até Brisbane, cidade onde ela mora.

Perguntei como tinha sido a passagem dela pelo Brasil, se ela tinha matado a saudade da família e amigos, essas coisas triviais, quando ela falou:
- bah guria, foi foda me despedir. Perdi o nascimento de uma sobrinha e tal, meus pais estavam chorando hoje de manhã antes de eu ir para o aeroporto...

Então começamos a conversar sobre isso, porque eu entendo BEM o que ela está sentindo. Lembro quando eu vim à São Paulo buscar minhas coisas para voltar definitivamente pra Santiago meu pai me ligando enquanto eu estava dentro do ônibus indo para o avião (ele foi em casa na noite anterior se despedir, mas não pôde ir ao aeroporto) e ele chorava. De soluçar. Aquilo me deixou arrasada, porque eu raramente vejo ele chorar e ouvi-lo daquele jeito, me desejando sorte e não sei o que, acabou comigo.

Foi a partir daí que me deu um 'clique' e eu percebi que a vida adulta é isso: feita de escolhas.
Eu escolhi abrir mão da minha vida no Brasil para ir morar em outro país, ao lado do meu (então) namorado. Eu escolhi perder festas de aniversário, baladas, barzinho com os amigos de infância, casamentos, batizados, Dias dos pais, Dias das mães... em prol de me aventurar em outro lugar, ao lado de uma pessoa que eu amava muito. Eu escolhi sair da minha zona de conforto e dar a cara a tapa.

Desde que conheci o Carlos (meu ex namorado) eu fui me dando conta de que nunca mais seria 100% completa. Crueldade falar isso? Sim, mas vamos encarar os fatos porque é verdade.
Ou seja, eu até podia estar lá com ele no Chile, feliz, apaixonada, vivenciando coisas novas... mas sempre tinha um vazio dentro de mim. Aquele vazio que só seria preenchido se eu estivesse perto da minha família, dos meus amigos, da minha cidade natal...

A vontade que dá MESMO é de colocar todo mundo na mala e levar junto. Mas eu sei que é impossível. Sei que a vida é assim: ganho dum lado e perco do outro. Que nem sempre vou estar perto de quem eu amo. E que, mesmo sacrificando alguns momentos que não voltam nunca mais, a experiência de estar em outro país faz (fez) tudo valer a pena.





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